UNEB- Universidade do Estado da Bahia
DCHT- Campus XVI
TURMA- Letras 2011.2
DISCIPLINA- Leitura e Produção do Texto
DOCENTE- Robério Barreto
DISCENTE- Rafael Mendes
A ARTE DE
ESCREVER
Irecê 2012
Shopenhauer, Arthur, 1788-1860
A
arte de escrever/ Arthur Shopenhauer; tradução, organização,
Prefácio
e notas de Pedro Sussekind. –Porto
Alegre : L&PM,2009
176p.
A arte de
escrever
O livro a arte de escrever faz parte de
uma coletânea de cinco escritos. Sobre a erudição e os eruditos, apresentam
conhecimento vasto adquirido através da leitura. O nível do saber é elevado, no
entanto, são incapazes de pensar por si, baseando suas idéias em pensamentos
alheios. Para imensa maioria dos eruditos, sua ciência é um meio e não um fim,
desse modo, nunca chegará a realizar nada de grandioso, pois não tem o saber
como meta. Segundo Shopenhauer, “a peruca é o símbolo mais apropriado para o
erudito puro, trata-se de homens que a cabeça com uma rica massa de cabelo
alheio por que carecem de cabelos próprios”. Na erudição necessitam de
pensamentos de outras pessoas. Um fato que todos eles estão de acordo é o de
não deixar que se desenvolva uma cabeça com pensamentos avançados, que isso
causaria um risco a todos.
Pensar por si mesmo é fundamental, visto
que, por meio do pensamento próprio e das experiências vividas se obtém o
conceito sobre verdade. Pessoas que passam a sua vida inteira lendo e tira sua
sabedoria dos livros, elas podem oferecer várias informações, mas no fundo não
dispõem de nenhum conhecimento coerente. O sinal característico do pensar por
si mesmo é espontaneidade de expressar idéias, o filósofo livresco relata o que
um disse, o que aquele considerou, o que outro objetivou, ele junta essas informações
e procura chegar a verdade por trás das coisas, enquanto o pensador autêntico
desenvolve informações com o seu raciocínio natural que o coloca acima dos
outros mencionados. Deve sempre haver o cuidado de não se perder a noção do
mundo real enquanto realiza a leitura.
Sobre a escrita e o estilo há dois tipos
de escritores, aqueles que escrevem em função do assunto e os que escrevem por
escrever. O primeiro pensa para exercer a atividade de escritor, já o segundo
tipo se preocupa apenas em encher o papel e enganar o leitor com textos longos
que não deixa claro qual a idéia quer passar ao leitor. Pode se identificar
três tipos de autores, em primeiro lugar aqueles que escrevem sem pensar, a
partir de livros alheios. Em segundo lugar há os que pensam enquanto escrevem,
eles pensam justamente para escrever. Em terceiro lugar são os que pensaram
antes de pôr a escrever esse são raros. É importante se compreender que na
escrita de um livro encontra-se a matéria e forma, a primeira é o assunto a ser
desenvolvido e a segunda é o método pelo qual se desenvolve o assunto. Por
tanto, um livro com a mesma matéria pode ter formas diferentes sendo escrito
por pessoas distintas.
Na leitura e nos livros, as pessoas sempre
buscam ler o que há de mais novo, esse fato se torna essencial para o autor que
tem o propósito apenas de ganhar dinheiro com publicações atuais que são do
interesse da maioria. É importante que todo livro interessante seja lido duas
vezes, em partes pelo fato de ser melhor compreendido da segunda vez, e o
início é entendido corretamente quando se conhece o final.
A leitura de obras clássicas causa um
alívio na alma, isso devido ao fato de que sobreviveram há milênios sem perder
o seu valor. A linguagem e as palavras são materiais duradouros, se um poeta
deu forma a uma sensação passageira com palavras adequadas, essa sensação
sobrevive durante séculos nessas palavras e renova-se a cada vez que o leitor
receptivo ler novamente. Poemas não podem ser traduzidos, mas pode ser
recriado. No aprendizado de uma língua estrangeira forma-se novos conceitos
para dar sentido aos signos, por isso é correto que a língua seja aumentada no
mesmo passo que aumenta os conceitos.
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