ANÁLISE
DO POEMA "RETRATO", DE CECÍLIA MEIRELES
RETRATO
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo,
assim triste, assim magro
nem estes
olhos tão vazios,
nem o lábio
amargo.
Eu não tinha
estas mãos sem força,
tão paradas
e frias e mortas;
eu não tinha
este coração
que nem se
mostra.
Eu não dei
por esta mudança,
tão simples,
tão certa, tão fácil:
— em que espelho ficou perdida
a minha
face?
Cecília
Meireles
O eu lírico
faz um retrato de si próprio, constatando as mudanças, as transformações
psicológicas e físicas pelas quais foi passando ao longo da vida.
Esse poema
se estrutura numa comparação entre como a pessoa era no passado e como ela é no
presente. Para isso, o eu-poético utiliza-se de alguns termos para caracterizar
as partes do corpo desse eu que está sendo desenhado ao leitor, como:
Rosto: calmo, triste e magro
Mãos: paradas, frias e mortas
Olhos: vazios
Lábio: amargo
Mudança: simples, certa e fácil.
As palavras
em destaque (calmo, triste, magro, vazios, amargo, paradas, frias, mortas,
simples, certa e fácil) são nomeadas por adjetivos e servem para expressar
características, qualidades (ou defeitos) e estados dos seres.
Cecília
Meireles tem como temas mais constantes em suas obras: a precariedade da
existência humana e da vida, a fugacidade dos bens materiais e do tempo, a
falta de sentido da vida, a solidão a que o indivíduo está condenado, a vida
como sonho, a distância, a perda, a falta. Seu tom melancólico é sereno, jamais
toca o desespero.
Sua
poesia parece ansiar por atingir um mundo atemporal e imaterial, em que a
relatividade não existe e tudo é absoluto; daí o desprezo pela matéria como
algo que impede a perfeição e a ascese espiritual, ou seja, a plenitude da
alma.
E, são alguns desses temas que encontramos no poema “Retrato”, o qual o eu-poemático faz um retrato de si mesmo, mostrando o antes e o depois do passar do tempo. Assim, ele mostra a fugacidade do tempo e da vida, e como menciona é uma mudança “tão simples, tão certa, tão fácil...”, na verdade, tão rápida, que quando abrimos os olhos percebemos que não somos mais crianças, adolescente, jovens, adultos, idosos, não existimos mais. Tudo isso é retratado em tom melancólico, mas, como já mencionamos, um melancólico que não atinge o desespero.
E, são alguns desses temas que encontramos no poema “Retrato”, o qual o eu-poemático faz um retrato de si mesmo, mostrando o antes e o depois do passar do tempo. Assim, ele mostra a fugacidade do tempo e da vida, e como menciona é uma mudança “tão simples, tão certa, tão fácil...”, na verdade, tão rápida, que quando abrimos os olhos percebemos que não somos mais crianças, adolescente, jovens, adultos, idosos, não existimos mais. Tudo isso é retratado em tom melancólico, mas, como já mencionamos, um melancólico que não atinge o desespero.
Eliud Pereira, Lais Souza, Danila Miranda.
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