
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS (DCHT)
CAMPUS XVI/IRECÊ
RESENHA DO LIVRO – M-LEARNING E U-LEARNING: Novas Perspectivas da Aprendizagem Móvel e Umbíqua
Trabalho apresentado para a
disciplina Seminário Interdisciplinar de Pesquisa II – SIP II, do programa de Graduação em Letras da Universidade do Estado da
Bahia, Campus XVI – Irecê –, como parte dos requisitos para a conclusão de todas as disciplinas do semestre.
IRECÊ
2012.I
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E
TECNOLOGIAS - (DCHT)
CAMPUS XVI/IRECÊ
Adelmo Ferreira de Abreu[1]
Amauri Santana de Oliveira1
SACCOL, Amarolinda; SCHLEMMER, Eliane; BARBOSA, Jorge. M-Lerarning e U-Learning: Novas Perspectivas da Aprendizagem Móvel e Ubíqua. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.

Amarolinda Zanela
Saccol é bacharel em
administração pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), mestre em
administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e doutora
em administração pela FAE/USP, tendo sido Ph.D. research student da London
School of Economics end Political Science (LSE) – Londres. Atualmente é
Professora adjunta e pesquisadora do programa de pós-graduação em administração da Universidade do Vale do
Rio dos Sinos (Unisinos). É uma das coautoras do Ambiente COMTEXT®
para m-learning corporativo. Destaca-se como suas principais áreas de
interesse: tecnologia e sistemas de informações e suas implicações para as
organizações.
Eliane Schlemmer é bacharel em informática pela Universidade do Vale
do Rio dos Sinos (Unisinos), mestre em psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e doutora em informática
na educação também pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Atualmente é professora titular e pesquisadora do programa de pós-graduação em
educação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). É líder do
Grupo de Pesquisa Educação Digital – Gpe-dU Unisinos/CNPq. É uma das coautoras do Ambiente COMTEXT®
para m-learning corporativo. Destaca-se como suas principais áreas de
interesse: educação e cultura digital.
Jorge Barbosa é graduado em tecnologia em
processamento de dados e em engenharia elétrica pela Universidade Católica de
Pelotas (UCPel). Obteve especialização em engenharia de software pela UCPel e
concluiu mestrado e doutorado em ciência da computação na Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente é professor titular no programa
interdisciplinar de pós-graduação em computação aplicada (PIPCA) na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). É um das coautoras do Ambiente COMTEXT®
para m-learning corporativo. Destaca-se como suas principais áreas de
interesse: linguagens de programação, computação móvel e umbíqua, jogos de
computadores e entretenimento digital, aprendizagem móvel e ubíqua.
RESUMO: Esta obra é fruto da interação de três profissionais de
áreas distintas: administração, educação e informática e traz de maneira clara
e objetiva orientações a serem seguidas para enfrentamento dessa nova realidade
que se evidencia na educação. Neste sentido a referida obra visa uma melhor
preparação para o professor que pretende ensinar dentro de uma nova realidade,
em que as novas tecnologias podem servir como um elemento de cooperação na
prática do ensino e a aprendizagem. Apoiados pelos estudos teóricos de Jean
Piaget e Humberto Maturana, os autores buscam mostrar como se dá o aprendizado
e a partir deste conceito faz uma interrelação com as formas de aprendizagens
móveis – m-learning e u-learning. Buscam mostrar os lados positivos e os
negativos para a aplicação em sala de aula das novas tecnologias, uma vez que,
não é fácil mudar a forma de se ensinar devido às dificuldades de preparação
dos profissionais, dificuldades econômicas, sociais e estruturais. Mais do que
aplicar as tecnologias da informação móveis e sem fio em si, são as concepções,
metodologias e estratégias didático-pedagógicas que definirão o sucesso ou
fracasso dessas aplicações. As práticas de m-learning e u-learning estão sendo
construídas neste exato momento. Assim são construídas por jovens e
adolescentes que utilizam seus dispositivos móveis para interacionar, buscar
informação, capturar e compartilhar sons e imagens e para produzir conteúdos. Pela
leitura do texto se evidencia que os jovens fazem isso em qualquer lugar, no
sofá de casa, no pátio da escola, nos meios de transportes e na própria sala de
aula, portanto não devem serem deixados de lado no que se refere a questão do
ensino e aprendizagem.
Esta obra, que é fruto da interação de três profissionais de áreas
distintas: administração, educação e informática. Realizada, quase que na sua
totalidade, à distância através de trocas de informações e comentários feitas
por meios digitais através da internet, busca mostrar possíveis caminhos para a
compreensão e aplicação das novas tecnologias na construção do conhecimento e
na busca da aprendizagem, seja ela presencial ou à distância. Partindo de uma
visão geral tenta conceituar e diferenciar os conceitos de informação,
aprendizagem e conhecimento. Os autores afirmam que conhecimento “é algo
passivo de ser transmitido, utilizado, manipulado e transformado” (Saccol, p. 03).
No m-learning ter acesso a informação é muito fácil devido a não necessidade de
está preso a um espaço específico. Disso pode-se abstrair o conceito de
aprendizagem móvel – m-learning e u-learning.
Para chegar a um conceito de aprendizagem, os autores apóiam-se nas
teorias dos biólogos Jean Piaget e Humberto Maturana. Segundo Piaget a
aprendizagem ocorre de maneira externa ao individuo, ou seja, quando este indivíduo compreende as
informações. Já para Maturana a aprendizagem é fruto de uma transformação que
ocorre ao longo de toda uma história de vida do sujeito. No ambiente de
m-learning u-learning o sujeito é autônomo no processo de aprender, pois é
capaz de observar, experimentar e realizar suas próprias experiências. A
informação como fator externo perturbador, representa apenas um dos elementos
necessários para que aconteçaa a aprendizagem.
Os teóricos defendem um conceito de conhecimento que se dá a partir da
ação do sujeito sobre o objeto o qual participa de sua transformação e
construção compreendendo todo o processo. O conhecer é diferente da informação,
uma vez que o conhecer envolve toda a vivência do ser e o espaço no qual o
mesmo está inserido. Assim o conhecimento está ligado à aprendizagem, às
relações que o indivíduo estabelece entre o conhecimento que já possui e a nova
informação, a fim de atribuir-lhe significado, resultando na ampliação de um
conhecimento já existente ou na construção de um novo saber.
A partir desta conceituação os autores realçam a importância do contexto
de aprendizagem para o desenvolvimento de competências, destacando o potencial
do m-learning e do u-learning neste objetivo. Conceituando m-learning como o
processo de aprendizagem que ocorre através da utilização das novas tecnologias
da informação móveis e sem fio e de u-learning que além de já abranger em seu
conceito um mesmo conceito de m-learning acrescenta os mecanismos de sensores e
localização, tornando a definição mais abrangente.
Os autores afirmam que o fato de utilizar as novas tecnologias não
garante, necessariamente, inovação educacional. Para que isso seja possível é
necessário que o uso dessas novas tecnologias esteja diretamente ligada a novas
metodologias, práticas e processos de mediação pedagógica desenvolvidos com a
compreensão da natureza e potencialidades específicas dessas tecnologias. Além
de formar e capacitar os profissionais envolvidos, visa educar os próprios
aprendizes sobre como e quando aprender a partir dessas novas modalidades de
ensino. Ai entra a questão política, pois o estado não está interessado em
formar cidadãos conscientes e capazes de utilizar as novas tecnologias de
maneira eficiente, portanto não investem na educação como deveria.
Esta obra ainda faz um passeio a respeito das questões tecnológicas,
econômicas e sociais que envolvem a aplicação dessas novas tecnologias para
fins educacionais, uma vez que, estes não foram planejados para fins
educacionais, logo sua utilização precisa de um planejamento adequado e uma
preparação prévia dos próprios educandos, para que estes saibam como utilizar
em prol de seu aprendizado. No futuro até mesmo o espaço escolar poderá ser
modificado para que possa atender as novas necessidades de aprendizagem.
Na sequência os atores apresentam
e analisam as principais tecnologias consideradas estratégicas para o
desenvolvimento das modalidades educacionais que apóiam as práticas de
m-learning e u-learnig. Também falam de diversos projetos de desenvolvimento da
educação tais como: Ambientes Virtuais de Aprendizagem Movel (AVAMs) destinados
a educação à distância; O projeto COMTEXT® que trata do desenvolvimento de competências em
ambientes corporativos, entre outros. Além de falar dos vários tipos de
equipamentos destinados a computação móvel, assim como os diversos tipos de
redes de internet.
Os autores fazem uma interessante discussão relativa às questões das
metodologias, das práticas e dos processos de mediação pedagógica relacionados
ao m-learning e u-learning. E aí mostraram que enquanto as novas tecnologias
evoluem em velocidades astronômicas, as questões pedagógicas praticamente não
evoluem ou evoluem muito lentamente. Novas discussões no contexto do ensino e
da aprendizagem têm surgido no sentido de modificar significativamente ideias e
percepções ultrapassadas. Pois mais do que aplicar as tecnologias da informação
móveis e sem fio em si, são as concepções, metodologias e estratégias
didático-pedagógicas que definirão o sucesso ou fracasso dessas aplicações.
No campo das metodologias problematizadoras os autores mergulham em
várias abordagens que podem facilitar a compreensão da aplicação dessas novas
tecnologias com fins educacionais e citam várias situações em que podem ser
utilizadas e como utilizar, buscando melhorar a prática do ensino e da
aprendizagem. Além de dar dicas a respeito de como se deve avaliar dentro deste
contexto, sugerem vários tipos de avaliação que podem ser desenvolvidas.
Os autores propõem e descrevem minuciosamente um modelo pedagógico
interacionista-construtivista-sistemico-complexo, o qual pode fornecer
subsídios consistentes ao leitor, contribuindo para o desenvolvimento de
propostas educacionais.
Por fim, apresentam casos concretos aplicando as novas tecnologias e
estratégias de m-learning e u-learning, por meio de projetos e pesquisas visando
ilustrar e debater os conceitos apresentados nos capítulos anteriores à luz de
experiências concretas, tanto no ensino formal quanto na educação corporativa. Mostram
que esta obra é o começo de uma longa caminhada no intuito de buscar novas
maneiras de realizar modificações nos métodos de ensino e aprendizagem em vista
das novas demandas e necessidades impostas por essa realidade que aí está.
As certezas, mesmo que provisórias, e as práticas de m-learning e
u-learning estão sendo construídas neste exato momento. Reitera-se a idéia de
que são construídas por jovens e adolescentes que utilizam seus dispositivos
móveis para interacionar, buscar informação, capturar e compartilhar sons e
imagens e para produzir conteúdos. Eles fazem isso em qualquer lugar, no sofá
de casa, no pátio da escola, nos meios de transportes e na própria sala de
aula, portanto, não devem serem deixados de lado no que se refere a questão do
ensino e aprendizagem.
O livro não pretende ser a última palavra no que diz respeito a aplicação
das novas tecnologias no ensino e aprendizagem, mas os novos conceitos aqui
expostos, e o embasamento teórico que os sustenta faz dessa obra uma referência
valiosa para os estudiosos da educação de uma maneira geral, assim como, para
todos aqueles que buscam o conhecimento a nível das novas tecnologias. Ela é
propícia para todos os estudantes de licenciatura os quais serão os novos
professores que precisam estar preparados para enfrentar essa realidade que
muda a cada instante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário