terça-feira, 14 de agosto de 2012

Resenha Apresentada no SIP II



 

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS (DCHT)
CAMPUS XVI/IRECÊ













RESENHA DO LIVRO – M-LEARNING E U-LEARNING: Novas Perspectivas da Aprendizagem Móvel e Umbíqua










Trabalho apresentado para a disciplina Seminário Interdisciplinar de Pesquisa II – SIP II, do programa de Graduação em Letras da Universidade do Estado da Bahia, Campus XVI – Irecê –, como parte dos requisitos para a conclusão de todas as disciplinas do semestre.








IRECÊ
2012.I


 

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS - (DCHT)
CAMPUS XVI/IRECÊ



Adelmo Ferreira de Abreu[1]
Amauri Santana de Oliveira1



SACCOL, Amarolinda; SCHLEMMER, Eliane; BARBOSA, Jorge. M-Lerarning e U-Learning: Novas Perspectivas da Aprendizagem Móvel e Ubíqua. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.



Amarolinda Zanela Saccol é bacharel em administração pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), mestre em administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e doutora em administração pela FAE/USP, tendo sido Ph.D. research student da London School of Economics end Political Science (LSE) – Londres. Atualmente é Professora adjunta e pesquisadora do programa de pós-graduação  em administração da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). É uma das coautoras do Ambiente COMTEXT­­­­­® para m-learning corporativo. Destaca-se como suas principais áreas de interesse: tecnologia e sistemas de informações e suas implicações para as organizações.
Eliane Schlemmer é bacharel em informática pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), mestre em psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e doutora em informática na educação também pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente é professora titular e pesquisadora do programa de pós-graduação em educação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). É líder do Grupo de Pesquisa Educação Digital – Gpe-dU Unisinos/CNPq. É uma das coautoras do Ambiente COMTEXT­­­­­® para m-learning corporativo. Destaca-se como suas principais áreas de interesse: educação e cultura digital.
Jorge Barbosa é graduado em tecnologia em processamento de dados e em engenharia elétrica pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Obteve especialização em engenharia de software pela UCPel e concluiu mestrado e doutorado em ciência da computação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente é professor titular no programa interdisciplinar de pós-graduação em computação aplicada (PIPCA) na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). É um das coautoras do Ambiente COMTEXT­­­­­® para m-learning corporativo. Destaca-se como suas principais áreas de interesse: linguagens de programação, computação móvel e umbíqua, jogos de computadores e entretenimento digital, aprendizagem móvel e ubíqua.




RESUMO: Esta obra é fruto da interação de três profissionais de áreas distintas: administração, educação e informática e traz de maneira clara e objetiva orientações a serem seguidas para enfrentamento dessa nova realidade que se evidencia na educação. Neste sentido a referida obra visa uma melhor preparação para o professor que pretende ensinar dentro de uma nova realidade, em que as novas tecnologias podem servir como um elemento de cooperação na prática do ensino e a aprendizagem. Apoiados pelos estudos teóricos de Jean Piaget e Humberto Maturana, os autores buscam mostrar como se dá o aprendizado e a partir deste conceito faz uma interrelação com as formas de aprendizagens móveis – m-learning e u-learning. Buscam mostrar os lados positivos e os negativos para a aplicação em sala de aula das novas tecnologias, uma vez que, não é fácil mudar a forma de se ensinar devido às dificuldades de preparação dos profissionais, dificuldades econômicas, sociais e estruturais. Mais do que aplicar as tecnologias da informação móveis e sem fio em si, são as concepções, metodologias e estratégias didático-pedagógicas que definirão o sucesso ou fracasso dessas aplicações. As práticas de m-learning e u-learning estão sendo construídas neste exato momento. Assim são construídas por jovens e adolescentes que utilizam seus dispositivos móveis para interacionar, buscar informação, capturar e compartilhar sons e imagens e para produzir conteúdos. Pela leitura do texto se evidencia que os jovens fazem isso em qualquer lugar, no sofá de casa, no pátio da escola, nos meios de transportes e na própria sala de aula, portanto não devem serem deixados de lado no que se refere a questão do ensino e aprendizagem.



Esta obra, que é fruto da interação de três profissionais de áreas distintas: administração, educação e informática. Realizada, quase que na sua totalidade, à distância através de trocas de informações e comentários feitas por meios digitais através da internet, busca mostrar possíveis caminhos para a compreensão e aplicação das novas tecnologias na construção do conhecimento e na busca da aprendizagem, seja ela presencial ou à distância. Partindo de uma visão geral tenta conceituar e diferenciar os conceitos de informação, aprendizagem e conhecimento. Os autores afirmam que conhecimento “é algo passivo de ser transmitido, utilizado, manipulado e transformado” (Saccol, p. 03). No m-learning ter acesso a informação é muito fácil devido a não necessidade de está preso a um espaço específico. Disso pode-se abstrair o conceito de aprendizagem móvel – m-learning e u-learning.
Para chegar a um conceito de aprendizagem, os autores apóiam-se nas teorias dos biólogos Jean Piaget e Humberto Maturana. Segundo Piaget a aprendizagem ocorre de maneira externa ao individuo, ou seja,  quando este indivíduo compreende as informações. Já para Maturana a aprendizagem é fruto de uma transformação que ocorre ao longo de toda uma história de vida do sujeito. No ambiente de m-learning u-learning o sujeito é autônomo no processo de aprender, pois é capaz de observar, experimentar e realizar suas próprias experiências. A informação como fator externo perturbador, representa apenas um dos elementos necessários para que aconteçaa a aprendizagem.
Os teóricos defendem um conceito de conhecimento que se dá a partir da ação do sujeito sobre o objeto o qual participa de sua transformação e construção compreendendo todo o processo. O conhecer é diferente da informação, uma vez que o conhecer envolve toda a vivência do ser e o espaço no qual o mesmo está inserido. Assim o conhecimento está ligado à aprendizagem, às relações que o indivíduo estabelece entre o conhecimento que já possui e a nova informação, a fim de atribuir-lhe significado, resultando na ampliação de um conhecimento já existente ou na construção de um novo saber.
A partir desta conceituação os autores realçam a importância do contexto de aprendizagem para o desenvolvimento de competências, destacando o potencial do m-learning e do u-learning neste objetivo. Conceituando m-learning como o processo de aprendizagem que ocorre através da utilização das novas tecnologias da informação móveis e sem fio e de u-learning que além de já abranger em seu conceito um mesmo conceito de m-learning acrescenta os mecanismos de sensores e localização, tornando a definição mais abrangente.
Os autores afirmam que o fato de utilizar as novas tecnologias não garante, necessariamente, inovação educacional. Para que isso seja possível é necessário que o uso dessas novas tecnologias esteja diretamente ligada a novas metodologias, práticas e processos de mediação pedagógica desenvolvidos com a compreensão da natureza e potencialidades específicas dessas tecnologias. Além de formar e capacitar os profissionais envolvidos, visa educar os próprios aprendizes sobre como e quando aprender a partir dessas novas modalidades de ensino. Ai entra a questão política, pois o estado não está interessado em formar cidadãos conscientes e capazes de utilizar as novas tecnologias de maneira eficiente, portanto não investem na educação como deveria.
Esta obra ainda faz um passeio a respeito das questões tecnológicas, econômicas e sociais que envolvem a aplicação dessas novas tecnologias para fins educacionais, uma vez que, estes não foram planejados para fins educacionais, logo sua utilização precisa de um planejamento adequado e uma preparação prévia dos próprios educandos, para que estes saibam como utilizar em prol de seu aprendizado. No futuro até mesmo o espaço escolar poderá ser modificado para que possa atender as novas necessidades de aprendizagem.
 Na sequência os atores apresentam e analisam as principais tecnologias consideradas estratégicas para o desenvolvimento das modalidades educacionais que apóiam as práticas de m-learning e u-learnig. Também falam de diversos projetos de desenvolvimento da educação tais como: Ambientes Virtuais de Aprendizagem Movel (AVAMs) destinados a educação à distância; O projeto COMTEXT­­­­­® que trata do desenvolvimento de competências em ambientes corporativos, entre outros. Além de falar dos vários tipos de equipamentos destinados a computação móvel, assim como os diversos tipos de redes de internet.
Os autores fazem uma interessante discussão relativa às questões das metodologias, das práticas e dos processos de mediação pedagógica relacionados ao m-learning e u-learning. E aí mostraram que enquanto as novas tecnologias evoluem em velocidades astronômicas, as questões pedagógicas praticamente não evoluem ou evoluem muito lentamente. Novas discussões no contexto do ensino e da aprendizagem têm surgido no sentido de modificar significativamente ideias e percepções ultrapassadas. Pois mais do que aplicar as tecnologias da informação móveis e sem fio em si, são as concepções, metodologias e estratégias didático-pedagógicas que definirão o sucesso ou fracasso dessas aplicações.
No campo das metodologias problematizadoras os autores mergulham em várias abordagens que podem facilitar a compreensão da aplicação dessas novas tecnologias com fins educacionais e citam várias situações em que podem ser utilizadas e como utilizar, buscando melhorar a prática do ensino e da aprendizagem. Além de dar dicas a respeito de como se deve avaliar dentro deste contexto, sugerem vários tipos de avaliação que podem ser desenvolvidas.
Os autores propõem e descrevem minuciosamente um modelo pedagógico interacionista-construtivista-sistemico-complexo, o qual pode fornecer subsídios consistentes ao leitor, contribuindo para o desenvolvimento de propostas educacionais.  
Por fim, apresentam casos concretos aplicando as novas tecnologias e estratégias de m-learning e u-learning, por meio de projetos e pesquisas visando ilustrar e debater os conceitos apresentados nos capítulos anteriores à luz de experiências concretas, tanto no ensino formal quanto na educação corporativa. Mostram que esta obra é o começo de uma longa caminhada no intuito de buscar novas maneiras de realizar modificações nos métodos de ensino e aprendizagem em vista das novas demandas e necessidades impostas por essa realidade que aí está.
As certezas, mesmo que provisórias, e as práticas de m-learning e u-learning estão sendo construídas neste exato momento. Reitera-se a idéia de que são construídas por jovens e adolescentes que utilizam seus dispositivos móveis para interacionar, buscar informação, capturar e compartilhar sons e imagens e para produzir conteúdos. Eles fazem isso em qualquer lugar, no sofá de casa, no pátio da escola, nos meios de transportes e na própria sala de aula, portanto, não devem serem deixados de lado no que se refere a questão do ensino e aprendizagem.
O livro não pretende ser a última palavra no que diz respeito a aplicação das novas tecnologias no ensino e aprendizagem, mas os novos conceitos aqui expostos, e o embasamento teórico que os sustenta faz dessa obra uma referência valiosa para os estudiosos da educação de uma maneira geral, assim como, para todos aqueles que buscam o conhecimento a nível das novas tecnologias. Ela é propícia para todos os estudantes de licenciatura os quais serão os novos professores que precisam estar preparados para enfrentar essa realidade que muda a cada instante.


[1] Acadêmicos do curso de Licenciatura em Letras do período 2011.2

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