quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Parecer Crítico do Livro Policarpo Quaresma de Lima Barreto




UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS (DCHT)
CAMPUS XVI/IRECÊ



Adelmo Ferreira de Abreu[1]
Danila Miranda Vaz1
Eliud Pereira Jacome1
 Lais Oliveira de Souza1
Rafael Souza Mendes1






PARECER CRÍTICO

BARRETO, Lima. Triste fim de Plicarpo Quaresma. São Paulo: Paulus, 2002.







Trabalho apresentado a Profª. Andréa Santos, do programa de Graduação em Letras da Universidade do Estado da Bahia, Campus XVI – Irecê-BA – como parte dos requisitos para a conclusão da disciplina Estudo da Produção Literária no Brasil.






IRECÊ
2012.I

Este trabalho tem como foco fazer uma análise do livro “Triste Fim de Policarpo Quaresma” de Lima Barreto, que mostra-nos o extremismo de um patriotismo exacerbado, do tipo que o amor pelo país e às suas leis estão acima de qualquer outra coisa. Quaresma é o modelo de brasileiro incorruptível e amante da terra onde nasceu, capaz de todos os sacrifícios por ela. É uma obra para ser lida tendo como parâmetro o panorama histórico e político da época. O autor busca mostrar o país como um recanto de farturas, riquezas e facilidades. Quaresma cria o seu projeto de reforma nacional, cujo objetivo, era despertar a pátria e conduzi-la ao merecido lugar de maior nação do mundo.
O autor no início de sua narrativa nos faz lembrar a carta de Pero Vaz de Caminha quando relata que as terras de nosso país é extremamente fértil capaz de produzir tudo que precisamos para suprir nossas necessidades. Outro ponto, que reforça essa ideia, é quando ele refere-se ao povo brasileiro como uma gente dócil, fazendo lembrar os índios receptivos da época do descobrimento. Estas duas visões é derrubada no final do livro, a primeira quando ele percebe que nossas terras não são tão férteis assim, além das pragas que destroem totalmente as plantações. O segundo ponto pode-se perceber que é derrubado no momento em que ele é convocado para a guerra relatando, em uma carta a sua irmã, todos os instintos selvagens que ele já mais imaginaria possuir.
A obra por ter sido produzida no pré-modernismo é completamente imbuída por um sentimento nacionalista e por uma tentativa de desenvolver a identidade nacional, neste ponto podemos perceber uma correlação com o texto de Afrânio Coutinho quando ele afirma que a literatura é responsável pelo “processo de identificação nacional, de afirmação da nossa individualidade, de busca do caráter brasileiro” (COUTINHO, 2008, P.68). Neste mesmo texto ele diz que é comum nas obras de literatura uma descrição das ruas e bairros das cidades onde é o centro comercial do país, neste caso o Rio de Janeiro. Características apontadas, também, pelo saudoso Machado de Assis, no seu texto “Instinto de nacionalidade” por dizer que os autores da literatura brasileira focam suas narrativas apenas na cor local, não tendo um embasamento em estudos teóricos e filosóficos para a produção de suas obras.
O Autor faz uma crítica ao momento histórico, afirmando que a maior parte da produção literária da época são apenas traduções, deixando claro, que é preciso valorizar o nacional, a partir daí ele escreve uma carta ao presidente tentando fazer uma reforma cultural, querendo implantar como língua oficial do Brasil o Tupi Guarani, por ser esta, na sua plenitude brasileira. Neste ponto ele é taxado de louco e internado no hospício. Ao sair do manicômio ele, por ter sido incompreendido, esquece sua reforma cultural e parte para a agricultura como uma forma de mostrar que nosso país pode ser auto-suficiente por esse meio. Entrega-se totalmente ao plantio de lavouras e passa a fazer uma crítica pesada aos latifúndios, por ver tantas terras improdutivas e tantas pessoas passando por necessidades. Faz crítica, também, ao governo por mandar buscar fora milhões de trabalhadores esquecendo a multidão que está desempregada aqui no país. Outra vítima de suas críticas são os atravessadores, no momento em que ele vai vender sua produção, percebe que os mesmos, compram uma centena da sua, pelo preço que é vendido uma dúzia na feira.
O personagem sofre perseguições políticas, por não querer apoiar nenhum dos lados que disputam a política na sua cidade. Através deste fato, podemos perceber que é uma realidade em nosso país, pois quando não estamos do lado dos políticos que estão no poder, estes buscam dificultar toda a vida do cidadão, ainda mais quando este tem uma certa influência perante a comunidade.
Ainda no sítio percebe, porque não compensa trabalhar na agricultura, pois a carga tributária inviabiliza a produção, por esta razão elabora um projeto de reforma agrícola e vai levar ao presidente, este não mostra o menor interesse por tal projeto, chegando a rasgar um pedaço de papel para fazer uma anotação e entregar a um de seus subordinados.
A partir deste momento o sítio fica esquecido e Policarpo Quaresma recebe o posto de Major e vai lutar a favor do presidente contra os rebeldes, que tentam tirá-lo do poder por este ter desrespeitado a constituição. O presidente vence a guerra e começa a executar os presos, seus adversários, sendo o major um dos carcereiros na prisão onde se encontram os prisioneiros, não concorda com o tratamento dado aos detentos e escreve uma carta ao presidente pedido que sejam respeitados os direitos humanos dos prisioneiros. Esta atitude é considerada como alta traição, Policarpo Quaresma é preso tendo assim, o mesmo fim dos demais. Ricardo tenta de todas as formas a libertação de Policarpo Quaresma, mas não obtém sucesso na sua empreitada, pois todos aqueles que eram seus amigos viram as costas e não fazem nada para libertá-lo.
Assim, podemos perceber que esta obra é riquíssima, uma vez que ela perpassa por todos os setores da economia brasileira, mostrando suas falhas. Tem um teor crítico bem elevado, com uma linguagem simples e de fácil entendimento.


[1] Acadêmicos do Curso de Licenciatura em Letras do período 2011.2

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Resenha


UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DCHT – CAMPUS XVI
                                     COLEGIADO DO CURSO DE LETRAS                                    

Adelmo Ferreira de Abreu


RESENHA DO LIVRO: O QUE É IDEOLOGIA? DE MARILENA CHAUI


CHAUI, Marilena. O que é ideologia?. Ed. Brasiliense, Coleção Primeiros Passos. São Paulo, 1997

Marilena Chaui nasceu em 1941, é uma filósofa e historiadora da filosofia brasileira. Tornou-se Mestre em 1967 com Merleau-Ponty e a Crítica Humanismo, formou-se doutora em 1971, com “Introdução a Leitura de Espinosa” e livre docente de filosofia em 1977, com “A nervura do real: Espinosa e a questão da liberdade”, pela USP. Além de extensa produção acadêmica, publicou livros paradidáticos de filosofia, voltados, sobretudo, para o público jovem ou não especializados. Seu livro “O que é ideologia” tornou-se um Best-seller e vendeu mais de cem mil exemplares, bastante acima da média de livros vendidos no Brasil. Hoje ela é professora titular de Filosofia Moderna da Faculdade de Filosofia e Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.


RESUMO: O livro de Marilena Chaui é composto por três capítulos: primeiro “partindo de alguns exemplos” que faz uma introdução ao conceito de ideologia partido desde Aristóteles, passando pelos filósofos da idade média até chegar a Marx; segundo “Histórico do termo” o qual como o seu próprio nome já diz vai buscar a origem do conceito de ideologia e sua transformação ao longo da história; o terceiro “A concepção marxista de ideologia” que faz um resumo da teoria de Marx na explicação do conceito de ideologia. Sua obra fala das teorias das quatro causas de Aristóteles que pode ser resumida em causa material, que um determinado corpo é constituído, a causa formal que significa a forma que a matéria adquire, a causa motriz ou eficiente que vem a ser a ação ou operação realizada sobre a matéria dando-lhe uma determinada forma e por último a causa final que é o motivo o a razão que um objeto tem uma determinada forma. Após a análise da obra de Aristóteles o livro parte para a análise da teoria de outros filósofos como Galileu, Francis Bacon e Descartes, afirmando que a partir destes a teoria das quatro causas se reduz a apenas duas, que são a causa final e a causa motriz. Trazendo uma nova concepção agora do homem como ser livre e universal tendo no trabalho seu engrandecimento natural e espiritual. A passagem de uma desqualificação do trabalho na visão de Aristóteles, para sua valorização na visão dos novos filósofos pode ser concebida como uma modificação ideológica ocorrida devido a uma necessidade da sociedade uma vez que aquele modelo antigo já não satisfazia a classe dominante do momento. Ela analisa a visão da corrente filosófica empirista e idealista dizendo que um ver a realidade como um dado imediato dos sentidos e para o outro como um dado imediato da consciência e alerta que não se trata de tomar essas relações como um dado ou fato observável, mas de compreender a própria origem como um processo histórico e neste caso o papel da ideologia é esconder dos homens a maneira original pela qual as relações na sociedade são produzidas, assim como, a forma como surgiram as diferenças sociais, a exploração e a dominação política. A partir de Augusto Conte a ideologia passou a ser vista também como um conjunto de ideias dominantes aceitas por todos como idéias, inclusive pelos intelectuais. Durkheim chamará de ideologia todo o conhecimento da sociedade que não respeite os critérios que separa o sujeito do conhecimento e objeto do conhecimento. Marx na construção do conceito de ideologia, diz que esta não é um fato sinônimo de subjetividade, oposta a objetividade, que não é preconceito nem pré-noção, mas que é um fato social justamente porque é produzida pelas relações sociais. E que existem razões determinadas para que elas surjam e se mantém, não sendo um monte de ideias falsas que prejudica a ciência, mas sim, a própria ciência a ajuda a mantê-la como uma verdade aceita por todos.


Marilena Chaui (1997) inicia sua obra falando das teorias das quatro causas de Aristóteles que explica a teoria do movimento, as quais podem ser resumidas como a mudança qualitativa de um corpo, a mudança quantitativa de um corpo qualquer, a mudança de lugar ou o deslocamento de um corpo qualquer e o nascimento de todas as coisas e do homem. Para Chaui (1997) a concepção de movimento de um grego é toda e qualquer alteração de uma realidade seja ela qual for.
Esse movimento gera as causas as quais podem ser definidas como a causa material, que um determinado corpo é constituído, a causa formal que significa a forma que a matéria adquire, a causa motriz ou eficiente que vem a ser a ação ou operação realizada sobre a matéria dando-lhe uma determinada forma e por último a causa final que é o motivo ou a razão que um objeto tem uma determinada forma.
Para a autora existe uma hierarquização destas quatro causas onde a mais importante seria a causa final e a menos importante seria a causa motriz ou eficiente. Essa hierarquização pode relacionar as quatro causas com a divisão social da sociedade escravocrata da época, onde a causa final seria o senhor, aquele que manda escolhe o que deve e o que não deve ser produzido e a causa motriz, o escravo, aquele que com sua força de trabalho transforma a matéria prima em mercadoria de acordo com o desejo do senhor.
 Depois de fazer esta abordagem a respeito da teoria das quatro causas de Aristóteles Chauí (1997) fala da ideologia dizendo que “um de seus traços fundamentais consiste, justamente, em tomar as idéias como independentes da realidade histórica e social, de modo a fazer com que tais ideias expliquem aquela realidade, quando na verdade é essa realidade que torna compreensíveis as ideias elaboradas.” (CHAUI, 1997, P. 10).
Após a análise da obra de Aristóteles o livro parte para a análise da teoria de outros filósofos como Galileu, Francis Bacon e Descartes, afirmando que a partir destes a teoria das quatro causas se reduz a apenas duas, que são a causa final e a causa motriz. Trazendo uma nova concepção agora do homem como ser livre e universal tendo no trabalho seu engrandecimento natural e espiritual.
A passagem de uma desqualificação do trabalho na visão de Aristóteles, para sua valorização na visão dos novos filósofos pode ser concebida como uma modificação ideológica ocorrida devido a uma necessidade da sociedade uma vez que aquele modelo antigo já não satisfazia a classe dominante do momento. E a esse respeito Chaui diz “é que agora estamos numa sociedade onde o homem se valoriza por si mesmo e não pela linhagem a que pertence como no feudalismo.” (CHAUI, 1997, P.14). Em seguida ela retoma o conceito de ideologia como “a realidade é constituída por ideias, das quais as coisas seriam uma espécie de receptáculo ou de encarnação provisória.” (CHAUI, 1997, P. 19).
A autora analisa a visão da corrente filosófica empirista e da idealista dizendo que um ver a realidade como um dado imediato dos sentidos e para o outro como um dado imediato da consciência e alerta que não se trata de tomar essas relações como um dado ou fato observável, mas de compreender a própria origem como um processo histórico e neste caso o papel da ideologia é esconder dos homens a maneira original pela qual as relações na sociedade são produzidas, assim como, a forma como surgiram as diferenças sociais, a exploração e a dominação política.
Para Chaui (1997), nosso papel ao estudar esta obra é compreender porque a ideologia é possível como ela surgiu com quais objetivos e quais os mecanismos que a torna possível e como ela pode influenciar na constituição do processo histórico, isto é na vida cultural das pessoas, na situação econômica da sociedade, assim como, nas formas políticas.
No segundo capítulo ela aborda a questão histórica do termo ideologia dizendo que ele surgiu pela primeira vez em 1801 no livro “Elementos de Ideologia” de De Tracy, livro que tinha como objetivo principal elaborar uma ciência da gênese das ideias, ou seja, compreender o ser humano na sua essência, a sua vontade, razão, percepção e memória. Na sequência ela diz que Napoleão em um discurso faz uma declaração dando ao termo ideologia um sentido pejorativo. E afirma também que Marx ao concordar com o discurso de Napoleão fala que o ideólogo é aquele que inverte as relações entre as idéias e o real. Com base nessa afirmação Chaui (1997) completa: “Assim, a IDEOLOGIA, que inicialmente designava uma ciência natural da aquisição, pelo homem, das ideias calcadas sobre o próprio real, passa a designar, daí por diante, um sistema de ideias condenadas a desconhecer sua relação real com o real.” (CHAUI, 1997, P. 25).
Foi Augusto Conte que voltou a empregar o conceito de ideologia num sentido próximo ao que ele era empregado na sua origem, ou seja, como uma ciência que estuda as ideias do homem e a partir daí ideologia passou a ser vista também como um conjunto de ideias dominantes aceitas por todos como idéias, inclusive pelos intelectuais da época. A autora chega a afirmar que no marxismo a concepção positivista de ideologia é, ela própria, ideológica.
Ela finaliza este tópico dizendo que Durkheim chamará de ideologia todo o conhecimento da sociedade que não respeite os critérios que separa o sujeito do conhecimento e objeto do conhecimento. E afirma que no tópico seguinte, o qual vai analisar a visão de Marx na construção do conceito de ideologia, diz que esta não é um fato sinônimo de subjetividade, oposta a objetividade, que não é preconceito nem pré-noção, mas que é um fato social justamente porque é produzida pelas relações sociais. E que existem razões determinadas para que elas surjam e se mantém, não sendo um monte de ideias falsas que prejudica a ciência, mas sim, a própria ciência a ajuda a mantê-la como uma verdade aceita por todos.
No terceiro tópico Chaui (1997) nos traz um resumo, das idéias de Marx sobre o conceito de ideologia, e para tanto, ela inicia situando as ideias de Marx a partir de sua realidade e de sues estudos e situando sua posição a respeito de cada uma das correntes que estudavam o termo em diferentes situações econômicas vividas na época. O conceito de ideologia começa a ser formado a partir do conceito de alienação o qual Marx diz que é dos homens reais em condições reais, ou seja, a alienação vem da convivência do homem ao logo da vida na sua constituição histórica, e aquilo que a sociedade prega como correto é correto para todos.
Em seguida analisa a questão do trabalho como forma de dominação da classe dominante através da exploração da força de trabalho da classe dominada. E esta realidade de exploração é mantida porque a ideologia tem o papel de esconder do trabalhador e fazer com que ele ache natural e normal, não se revoltando com tal situação.
Nesta visão o trabalhador acha normal trabalhar para o capitalista e receber apenas um salário que em muitos momentos da nossa história não dava se quer para suprir as necessidades básicas, sem falar na exploração da carga horária trabalhada que muitas vezes chegava ao extremo dos limites físicos do trabalhador.
Esta obra continua fazendo uma comparação entre o posicionamento de Hegel e Marx mostrando o ponto de vista de ambos em vários conceitos tais como Estado, Política entre outros para chegar a uma conclusão de que ideologia é um dos meios usados pelos dominantes para exercer a dominação, fazendo com que esta não seja percebida como tal pelos dominados. Nessa perspectiva Chaui (1997) diz que a ideologia tem vários aspectos entre eles podemos citar o de que as ideias esistem em si e por si mesma desde a eternidade, o que torna a ideologia possível é o fenômeno da alienação e o que torna a ideologia possível é a luta de classes, ou seja, a dominação de uma classe sobre a outra. E à medida que ela é resultado dessa luta de classe tem como função esconder a existência dessa luta.
Portanto Marilena Chaui constrói, não simplesmente define o conceito de ideologia de uma forma clara de fácil compreensão, apesar da complexidade da questão. Faz uma viagem a partir da antiguidade até a atualidade mostrando de forma resumida cada uma das correntes que tratou do conceito de ideologia ao longo da história, mostrando suas variações e seu próprio caráter de se adaptar a novas situações, obtendo varias roupagens exigidas pela transformação que a própria história do homem adquire ao longo dos tempos. É um livro pequeno, mas completo para aqueles que buscam compreender o fenômeno ideológico, indicado para qualquer pessoa que busca compreender a sociedade e como ela funciona em termos ideológicos.

Literatura de Cordel: Conhecendo o Advérbio



Venho mais uma vez
Pela corrida da vida
Para apresentar-lhe
Uma velha conhecida
Você já pode ter estudado
Um dia ter procurado
Na gramática explicativa

Falo da morfologia
Que estuda a flexão
A estrutura e a forma
E também a classificação
De todas as classes gramaticais
Os advérbios foi que nos tocais
Para a nossa apresentação

Advérbio é a expressão
Que serve para modificar
Indica uma circunstância
De tempo, modo e lugar
E dentro da oração
A sua principal função
É as orações interligar

O advérbio é construído
Por palavra de natureza
Nominal e pronominal
És assim tenho certeza
É a sua classificação
E dentro da oração
Intensifica-se com clareza

Os advérbios nominais
São formados por adjetivos
E o sufixo “mente”
Que neles são acrescidos
Infeliz, infelizmente
Certo, certamente
São exemplos definidos

Se prendendo aos pronomes
Diferem-se dos nominais
Falo de outra classe:
Advérbios pronominais
São demonstrativos e relativos
Indefinidos e interrogativos
Conforme as regras gramaticais

Alguns desses advérbios
Constituem-se da união
Entre os substantivos
Adjetivos e preposição
O advérbio estabelece
E a transição acontece
Para dá uma ligação

Para complementar
Vamos falar da locução
Constitui-se de substantivo
E também de preposição
De advérbio tem valor
Funcionando com transpositor
Segundo as normas da tradição

Da sua classificação
Temos algo a ressaltar
Segundo a nomenclatura
Muitas palavras vêm denotar
Inclusão e exclusão
Realce e designação
E sua circunstância enfatizar

Permanecendo imóveis
Sem sua flexão mudar
Muitos adjetivos
Em advérbios vão se tornar
É a adverbialização
Que muda a sua função
E na frase vem destacar

O grau do advérbio
É um elemento interessante
Para explicar essa classe
Relato-lhes em um instante
Comparativo de igualdade
Inferior e superioridade
E o superlativo é importante

Finalizando aqui
Paro pra lhes dizer
Explicamos o “advérbio”
Mas muito mais temos que ler
Pois estudar é importante
Por que somos estudantes
E a gramática queremos entender

Adelmo Ferreira de Abreu*
Eliud Pereira Jacome*
Danila Miranda Vaz*
Laiz Oliveira de Souza*
Rafae Souza l Mendes*

* Acadêmicos do Curso de Letras 2011.2, UNEB - CAMPUS XVI
 

Resenha Apresentada no SIP II



 

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS (DCHT)
CAMPUS XVI/IRECÊ













RESENHA DO LIVRO – M-LEARNING E U-LEARNING: Novas Perspectivas da Aprendizagem Móvel e Umbíqua










Trabalho apresentado para a disciplina Seminário Interdisciplinar de Pesquisa II – SIP II, do programa de Graduação em Letras da Universidade do Estado da Bahia, Campus XVI – Irecê –, como parte dos requisitos para a conclusão de todas as disciplinas do semestre.








IRECÊ
2012.I


 

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS - (DCHT)
CAMPUS XVI/IRECÊ



Adelmo Ferreira de Abreu[1]
Amauri Santana de Oliveira1



SACCOL, Amarolinda; SCHLEMMER, Eliane; BARBOSA, Jorge. M-Lerarning e U-Learning: Novas Perspectivas da Aprendizagem Móvel e Ubíqua. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.



Amarolinda Zanela Saccol é bacharel em administração pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), mestre em administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e doutora em administração pela FAE/USP, tendo sido Ph.D. research student da London School of Economics end Political Science (LSE) – Londres. Atualmente é Professora adjunta e pesquisadora do programa de pós-graduação  em administração da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). É uma das coautoras do Ambiente COMTEXT­­­­­® para m-learning corporativo. Destaca-se como suas principais áreas de interesse: tecnologia e sistemas de informações e suas implicações para as organizações.
Eliane Schlemmer é bacharel em informática pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), mestre em psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e doutora em informática na educação também pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente é professora titular e pesquisadora do programa de pós-graduação em educação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). É líder do Grupo de Pesquisa Educação Digital – Gpe-dU Unisinos/CNPq. É uma das coautoras do Ambiente COMTEXT­­­­­® para m-learning corporativo. Destaca-se como suas principais áreas de interesse: educação e cultura digital.
Jorge Barbosa é graduado em tecnologia em processamento de dados e em engenharia elétrica pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Obteve especialização em engenharia de software pela UCPel e concluiu mestrado e doutorado em ciência da computação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente é professor titular no programa interdisciplinar de pós-graduação em computação aplicada (PIPCA) na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). É um das coautoras do Ambiente COMTEXT­­­­­® para m-learning corporativo. Destaca-se como suas principais áreas de interesse: linguagens de programação, computação móvel e umbíqua, jogos de computadores e entretenimento digital, aprendizagem móvel e ubíqua.




RESUMO: Esta obra é fruto da interação de três profissionais de áreas distintas: administração, educação e informática e traz de maneira clara e objetiva orientações a serem seguidas para enfrentamento dessa nova realidade que se evidencia na educação. Neste sentido a referida obra visa uma melhor preparação para o professor que pretende ensinar dentro de uma nova realidade, em que as novas tecnologias podem servir como um elemento de cooperação na prática do ensino e a aprendizagem. Apoiados pelos estudos teóricos de Jean Piaget e Humberto Maturana, os autores buscam mostrar como se dá o aprendizado e a partir deste conceito faz uma interrelação com as formas de aprendizagens móveis – m-learning e u-learning. Buscam mostrar os lados positivos e os negativos para a aplicação em sala de aula das novas tecnologias, uma vez que, não é fácil mudar a forma de se ensinar devido às dificuldades de preparação dos profissionais, dificuldades econômicas, sociais e estruturais. Mais do que aplicar as tecnologias da informação móveis e sem fio em si, são as concepções, metodologias e estratégias didático-pedagógicas que definirão o sucesso ou fracasso dessas aplicações. As práticas de m-learning e u-learning estão sendo construídas neste exato momento. Assim são construídas por jovens e adolescentes que utilizam seus dispositivos móveis para interacionar, buscar informação, capturar e compartilhar sons e imagens e para produzir conteúdos. Pela leitura do texto se evidencia que os jovens fazem isso em qualquer lugar, no sofá de casa, no pátio da escola, nos meios de transportes e na própria sala de aula, portanto não devem serem deixados de lado no que se refere a questão do ensino e aprendizagem.



Esta obra, que é fruto da interação de três profissionais de áreas distintas: administração, educação e informática. Realizada, quase que na sua totalidade, à distância através de trocas de informações e comentários feitas por meios digitais através da internet, busca mostrar possíveis caminhos para a compreensão e aplicação das novas tecnologias na construção do conhecimento e na busca da aprendizagem, seja ela presencial ou à distância. Partindo de uma visão geral tenta conceituar e diferenciar os conceitos de informação, aprendizagem e conhecimento. Os autores afirmam que conhecimento “é algo passivo de ser transmitido, utilizado, manipulado e transformado” (Saccol, p. 03). No m-learning ter acesso a informação é muito fácil devido a não necessidade de está preso a um espaço específico. Disso pode-se abstrair o conceito de aprendizagem móvel – m-learning e u-learning.
Para chegar a um conceito de aprendizagem, os autores apóiam-se nas teorias dos biólogos Jean Piaget e Humberto Maturana. Segundo Piaget a aprendizagem ocorre de maneira externa ao individuo, ou seja,  quando este indivíduo compreende as informações. Já para Maturana a aprendizagem é fruto de uma transformação que ocorre ao longo de toda uma história de vida do sujeito. No ambiente de m-learning u-learning o sujeito é autônomo no processo de aprender, pois é capaz de observar, experimentar e realizar suas próprias experiências. A informação como fator externo perturbador, representa apenas um dos elementos necessários para que aconteçaa a aprendizagem.
Os teóricos defendem um conceito de conhecimento que se dá a partir da ação do sujeito sobre o objeto o qual participa de sua transformação e construção compreendendo todo o processo. O conhecer é diferente da informação, uma vez que o conhecer envolve toda a vivência do ser e o espaço no qual o mesmo está inserido. Assim o conhecimento está ligado à aprendizagem, às relações que o indivíduo estabelece entre o conhecimento que já possui e a nova informação, a fim de atribuir-lhe significado, resultando na ampliação de um conhecimento já existente ou na construção de um novo saber.
A partir desta conceituação os autores realçam a importância do contexto de aprendizagem para o desenvolvimento de competências, destacando o potencial do m-learning e do u-learning neste objetivo. Conceituando m-learning como o processo de aprendizagem que ocorre através da utilização das novas tecnologias da informação móveis e sem fio e de u-learning que além de já abranger em seu conceito um mesmo conceito de m-learning acrescenta os mecanismos de sensores e localização, tornando a definição mais abrangente.
Os autores afirmam que o fato de utilizar as novas tecnologias não garante, necessariamente, inovação educacional. Para que isso seja possível é necessário que o uso dessas novas tecnologias esteja diretamente ligada a novas metodologias, práticas e processos de mediação pedagógica desenvolvidos com a compreensão da natureza e potencialidades específicas dessas tecnologias. Além de formar e capacitar os profissionais envolvidos, visa educar os próprios aprendizes sobre como e quando aprender a partir dessas novas modalidades de ensino. Ai entra a questão política, pois o estado não está interessado em formar cidadãos conscientes e capazes de utilizar as novas tecnologias de maneira eficiente, portanto não investem na educação como deveria.
Esta obra ainda faz um passeio a respeito das questões tecnológicas, econômicas e sociais que envolvem a aplicação dessas novas tecnologias para fins educacionais, uma vez que, estes não foram planejados para fins educacionais, logo sua utilização precisa de um planejamento adequado e uma preparação prévia dos próprios educandos, para que estes saibam como utilizar em prol de seu aprendizado. No futuro até mesmo o espaço escolar poderá ser modificado para que possa atender as novas necessidades de aprendizagem.
 Na sequência os atores apresentam e analisam as principais tecnologias consideradas estratégicas para o desenvolvimento das modalidades educacionais que apóiam as práticas de m-learning e u-learnig. Também falam de diversos projetos de desenvolvimento da educação tais como: Ambientes Virtuais de Aprendizagem Movel (AVAMs) destinados a educação à distância; O projeto COMTEXT­­­­­® que trata do desenvolvimento de competências em ambientes corporativos, entre outros. Além de falar dos vários tipos de equipamentos destinados a computação móvel, assim como os diversos tipos de redes de internet.
Os autores fazem uma interessante discussão relativa às questões das metodologias, das práticas e dos processos de mediação pedagógica relacionados ao m-learning e u-learning. E aí mostraram que enquanto as novas tecnologias evoluem em velocidades astronômicas, as questões pedagógicas praticamente não evoluem ou evoluem muito lentamente. Novas discussões no contexto do ensino e da aprendizagem têm surgido no sentido de modificar significativamente ideias e percepções ultrapassadas. Pois mais do que aplicar as tecnologias da informação móveis e sem fio em si, são as concepções, metodologias e estratégias didático-pedagógicas que definirão o sucesso ou fracasso dessas aplicações.
No campo das metodologias problematizadoras os autores mergulham em várias abordagens que podem facilitar a compreensão da aplicação dessas novas tecnologias com fins educacionais e citam várias situações em que podem ser utilizadas e como utilizar, buscando melhorar a prática do ensino e da aprendizagem. Além de dar dicas a respeito de como se deve avaliar dentro deste contexto, sugerem vários tipos de avaliação que podem ser desenvolvidas.
Os autores propõem e descrevem minuciosamente um modelo pedagógico interacionista-construtivista-sistemico-complexo, o qual pode fornecer subsídios consistentes ao leitor, contribuindo para o desenvolvimento de propostas educacionais.  
Por fim, apresentam casos concretos aplicando as novas tecnologias e estratégias de m-learning e u-learning, por meio de projetos e pesquisas visando ilustrar e debater os conceitos apresentados nos capítulos anteriores à luz de experiências concretas, tanto no ensino formal quanto na educação corporativa. Mostram que esta obra é o começo de uma longa caminhada no intuito de buscar novas maneiras de realizar modificações nos métodos de ensino e aprendizagem em vista das novas demandas e necessidades impostas por essa realidade que aí está.
As certezas, mesmo que provisórias, e as práticas de m-learning e u-learning estão sendo construídas neste exato momento. Reitera-se a idéia de que são construídas por jovens e adolescentes que utilizam seus dispositivos móveis para interacionar, buscar informação, capturar e compartilhar sons e imagens e para produzir conteúdos. Eles fazem isso em qualquer lugar, no sofá de casa, no pátio da escola, nos meios de transportes e na própria sala de aula, portanto, não devem serem deixados de lado no que se refere a questão do ensino e aprendizagem.
O livro não pretende ser a última palavra no que diz respeito a aplicação das novas tecnologias no ensino e aprendizagem, mas os novos conceitos aqui expostos, e o embasamento teórico que os sustenta faz dessa obra uma referência valiosa para os estudiosos da educação de uma maneira geral, assim como, para todos aqueles que buscam o conhecimento a nível das novas tecnologias. Ela é propícia para todos os estudantes de licenciatura os quais serão os novos professores que precisam estar preparados para enfrentar essa realidade que muda a cada instante.


[1] Acadêmicos do curso de Licenciatura em Letras do período 2011.2