UNIVERSIDADE
DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS
E TECNOLOGIAS (DCHT)
CAMPUS XVI- IRECÊ
CURSO DE LETRAS
RESENHA
SOBRE LUANDA: VIOLÊNCIA E ESCRITA
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Resenha solicitada pelo professor
Orlando Freire, como requisito de avaliação da disciplina Tradição e
Ruptura em Literaturas de Língua Portuguesa.
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Aluno:
Rafael Mendes[1]
IRECÊ, agosto de 2012
MACÊDO, Tania. Luanda: violência e
escrita. In: CHAVES, Rita; MACÊDO, Tania (org.). Marcas da diferença: as literaturas africanas de língua portuguesa-
São Paulo: Alameda, 2006.
Biografia
da Autora:
Tania Celestina Macêdo
concluiu o doutorado em Letras pela Universidade de São Paulo em 1990.
Aposentou-se pela UNESP-Campus de Assis. Atualmente e professora titular onde
leciona Literaturas Africanas de Língua Portuguesa. É diretora do Centro de
Estudos Africanos da USP e Secretária-Geral do Instituto Casa das Áfricas.
Publicou 13 artigos em periódicos especializados e 24 trabalhos e anais de
eventos. Possui 15 capítulos de livros e 7 livros publicados. Possui 57 itens de
produção técnica. Participou de 14 eventos no exterior e 52 no Brasil.
Luanda: violência e
escrita tem como principais pontos em questão o processo de colonização, e o
surgimento da literatura angolana que acontece em Luanda e mostra exemplos de
obras dos autores deste local.
O texto evidencia os
contrastes de Luanda, que a princípio quando visitada por turistas, os mesmos
não conseguem perceber as diferenças existentes neste local. Após a
independência, começaram fazer construções modernas que demonstram o lado
exuberante da cidade e belezas naturais que a possui. Contrapondo a visão
anterior, é destacada uma realidade que retrata o grande número de crianças na
rua, em meio aos carros de luxo e casas bem estruturadas. Também neste sentido
as favelas crescem em locais irregulares onde não há condições básicas de
saneamento, aumentando a incidência de doenças.
E meio a essas diferenças é importante
ressaltar que Luanda por possuir cerca de um terço da população angolana e
sediar os principais meios de comunicação tanto escritos como também visuais e
sonoros, é considerada o centro literário de Angola. Torna-se visível que a
literatura de um determinado local evolui de acordo com imaginário sobre as
cidades, o texto traz o exemplo do Brasil que teve inicialmente Salvador depois
Ouro Preto e em seguida Rio de Janeiro como principais berços literários do
país. Luanda consegue manter-se como principal cidade literária de Angola por
nela encontrar-se os principais jornais que circulam por todo o país.
Quanto às expressões
adversas, os autores angolanos começam a se manifestar a respeito da
denominação “baixo”, que representa a cidade dos brancos e “musseque”, local
dos negros, por meio de obras que relatam as diferenças. É aceitável que a
construção do messeque literário é destinada às pessoas deste cotidiano a fim
de aproximar da realidade que foi o colonialismo no processo histórico. Os
autores da literatura angolana passam registrar através dos livros, as
situações humilhantes que passavam os colonizados. Também é feita uma
comparação entre as obras “náuseas” de Agostinho Neto e “o elevador“ de João
Melo (2001). Os autores representam de formas opostas o mesmo tema em questão.
O estudo da literatura
africana dos países de língua portuguesa estabelece grande importância para o conhecimento
amplo sobre língua que falamos. É um fator a ser aprofundado por ser algo
convivente na sociedade e para que possa se entender dialetos provenientes das
línguas africanas que foram fixados na língua portuguesa. O texto referido a
Luanda nos traz relatos das condições a que os colonizados foram submetidos, e
evidencia o motivo pelo qual ela é considerada o berço da literatura angolana.
O texto sobre Luanda:
violência e escrita, propícia o entendimento sobre o processo histórico da
colonização, além do surgimento da literatura em angola. É aconselhável a
leitura para todos que têm interesse em ampliar seus conhecimentos literários e
sociais.
Muito bom o texto. Parabéns!
ResponderExcluirAss: Raquel Miranda